quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Postagem referente ao Sétimo Semestre 2009_2

No sétimo semestre, observei uma grande relação entre os conceitos estudados nas interdisciplinas.

Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação refletimos sobre a importância do planejamento, necessitando de uma reflexão da escola e dos professores, aliando a fundamentação teórica, os objetivos a prática; as ações que serão realizadas no processo, as estratégias para se alcançar os objetivos propostos. Como o planejamento carrega consigo as concepções que possuímos acerca da sociedade, valores, crenças, cultura, planejar requer um exercício constante de questionamentos sobre a teoria e a prática: como é realizado o planejamento? Para quê e quem se planeja? “Quais são as relações de classe, etnia, gênero, que fazem com que o currículo seja o que é e que se produza os efeitos que produz?”(SILVA, 1994, p.30), "no esforço contínuo de identificação e análise das relações de poder envolvidas na educação e no currículo".É preciso que o planejamento esteja embasado numa filosofia, em referências, através das quais os envolvidos no processo discutam, posicionando-se com argumentos, elegendo princípios de ação, como a presença de um currículo que priorize a integração, privilegiando a utilidade social do mesmo, servindo para “atender às necessidades de alunos e alunas de compreender a sociedade na qual vivem, favorecendo consequentemente o desenvolvimento de diversas aptidões, tanto técnicas como sociais, que os ajudem em sua localização dentro da comunidade como pessoas autônomas, críticas, democráticas e solidárias.”(SANTOMÉ,1998, p. 187)

A interdisciplina de EJA, dialoga com a de Didática, Planejamento e Avaliação no sentido que fala da necessidade de um currículo e ações diferenciadas para os alunos da EJA, porque os sujeitos que constituem essa modalidade de ensino, estão excluídos da escola regular, porque essa utiliza uma linguagem e práticas pedagógicas, que acabam por excluindo esses alunos do processo educativo formal.

A interdisciplina de LIBRAS fala a respeito da língua de sinais, considerada por muitos como um sistema de comunicação inferior, mas que na verdade possui especificidades linguísticas, isto, é fonologia, morfologia, sintaxe, semântica, pragmática. As línguas de sinais são autônomas e apresentam o mesmo estatuto linguístico identificado nas línguas faladas, ou seja, dispõe dos mesmos níveis linguísticos de análise e é tão complexa quanto às línguas faladas. As línguas de sinais são sistemas linguísticos que passaram de geração em geração de pessoas surdas. São línguas que não se derivam das línguas orais, mas fluíram de uma necessidade natural de comunicação entre pessoas que não utilizam o canal auditivo oral, mas o canal espaço visual como modalidade linguística. (QUADROS, 1997, p.47). Nesse aspecto também dialoga com a interdisciplina de EJA e de Planejamento, pois reflete sobre as diferentes necessidades dos sujeito, enquanto linguagem, práticas sociais e culturais, entre outros aspectos a serem considerados.

A interdisciplina de Linguagem promove uma reflexão de que o alfabetismo e o letramento, são processos ligados também as práticas sociais, apresentados a diferentes artefatos culturais, como cartazes, programas de TV, propagandas de produtos, um jogo de computador, todos esses alfabetizadores de crianças, adolescentes e adultos, tanto ou mais importantes que a escola, e necessitam ser valorizados pela mesma.

Na interdisciplina de Seminário VII, trabalhamos sobre as Arquiteturas Pedagógicas e o PA construído “Por quê as pessoas têm animais de estimação”, permeado por um processo contínuo de pesquisa, culminando com a construção de um mapa conceitual, utilizando o software educativo CmapTools, aprendizagem essa muito significativa para mim, que utilizei na minha vida pessoal e na minha prática pedagógica com os alunos.

Outra atividade do semestre muito significativa foi a pesquisa sobre a EJA, a realidade dos alunos, sua linguagem, dificuldades encontradas em sala de aula e no cotidiano de suas vidas, bem como a especifidade cultural do grupo, além dos elementos fundamentais para o sucesso escolar e os efeitos dos programas educativos sobre esses sujeitos. Com os dados coletados na pesquisa montamos um pôster, que foi apresentado numa mostra para todas as colegas do PEAD e as professoras da interdisciplina.



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Postagem referente ao Sexto Semestre 2009-1

Neste sexto semestre no PEAD, observei algumas relações entre as interdisciplinas e minha prática como professora.

A interdisciplina de “Questões Étnico-raciais, propôs uma reflexão sobre minha família e sua ancestralidade, buscando um resgate da minha constituição como pessoa, como também o estudo de outras etnias, indígenas, afro-descendentes, bem como a presença do preconceito na sociedade em que vivemos e na escola. A referida interdisciplina também dialogou com a de “Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais”, onde refletimos sobre a questão da inclusão nos espaços escolares, ambas falam sobre a necessidade de uma verdadeira inclusão social e humana.

A interdisciplina de “Psicologia II”, também auxiliou bastante minha prática pedagógica, pelo estudo que propôs sobre as fases do desenvolvimento e suas características das crianças; bem como a maneira como nos relacionamos com a construção do conhecimento, servindo de base não somente para a construção de nossos alunos, como também para minha própria construção como aluna do PEAD e professora, que permeia o aprender e o ensinar.

As interdisciplinas de “Filosofia”, “Psicologia II” e Seminário Integrador VI, dialogam sobre a questão do desenvolvimento moral, na primeira Adorno e Kant, falam de uma educação que trabalhe aspectos morais, para um melhor convívio em sociedade; a segunda dialoga sobre o estudo de Piaget acerca da construção da personalidade da criança e das noções de justiça, solidariedade, responsabilidade ; no Seminário os filmes “Clube do Imperador” e “Entre os Muros da Escola”, promoveram uma reflexão sobre os dilemas morais que como professores e alunos vivenciamos na escola: violência, aprendizagem, currículo, diversidade; toda a escola repensando seu papel social de democratizar não só seu espaço, como as relações que o permeiam, discutindo, elaborando regras de convívio, currículo, entre outros.

Em Questões Étnico-raciais realizei um trabalho com a história “Ovelha negra, eu?”, contando a história e após conversando com eles:


Diálogo sobra à história.

EU-O que significa ovelha negra expressão usada na história?
ELES-Quando queremos dizer que alguém fez algo errado e não a cor da ovelha.
ELES-Coitada da ovelha, só porque ela era negra sofrer assim.
EU-Ela era má porque é negra?
ELES-Não, ser escuro não é ser ruim.
EU-É bonito ser negro?
ELES-É, toda cor é bonita.
Ser moreninho é legal.
EU-Ela era moreninha, ou negra?
ELES-Negra, preta.
EU-O que acharam da atitude das ovelhas para com Dorinha?
ELES-Legal.
Foram amigas dela, defenderam ela.
EU-Vocês já ajudaram alguém? Como se sentiram?
ELES-Sim, dei lanche para meu amigo.
Dei meu brinquedo para ele brincar e eu e ele ficamos felizes, somos bem amigos.










Reflexão teoria e prática
Durante a aplicação das atividades pude perceber algumas expressões que denotavam um racismo velado como “escurinho”, “moreninho”, entre outras que relatam as faces do preconceito mesmo entre crianças tão pequenas, de seis anos. Observei também que uma das crianças da turma apresenta bastante dificuldade em se expressar, dizer o que pensa, e que é afro-descendente, isso pode ser a maneira como foi educada, procurando passar desapercebida no meio social em que está inserida, ou pelo próprio preconceito da sociedade onde o negro é desvalorizado pela sua cor, sendo considerado inferior e muitas vezes acaba por aceitar esse rotulo agindo como se fosse uma verdade. Ao mesmo tempo percebi uma grande afetividade da turma entre si, um brincar, um conversar, um construir e cooperar com o grupo, não importando a etnia. Percebo que o preconceito e a discriminação são práticas construídas nos espaços sociais: família, escola, igreja, e como essas crianças ainda estão no início dessa trajetória não desenvolveram atitudes de preconceito de forma tão explícita para com os outros. Embora seja assim ainda há uma dificuldade em abordar temas como o preconceito, a discriminação, seja de origem étnica, religiosa, social, pois se configuram em tabus para o professor, o aluno, a família, para a escola e a sociedade em geral, que foi construída nessa base, onde cada indivíduo deve aceitar o lugar que lhe imposto, observando suas condições sociais e econômicas, refletindo sobre isso, se faz necessária uma mudança de paradigmas, o que nunca é fácil, pois a sociedade passará por um estado de desacomodação e desequilíbrio que gera a real mudança nas civilizações.
Realizar esse tipo de trabalho com as crianças pequenas é muito rico, porque elas possuem uma receptividade ao novo, a descoberta de histórias, o observar os desenhos, o expor suas opiniões e sentimentos, é expansiva ao natural, afetiva com os colegas, com a professora, construindo a cada momento as relações sociais na troca com o outro.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Postagem referente ao Quinto Semestre 2008-2




Este quinto semestre de Pedagogia EAD foi um momento de desenvolvimento de diferentes atividades que até o momento não tinham sido privilegiadas. Entre elas destaco a organização e desenvolvimento de dois Projetos de Aprendizagem; um na interdisciplina de Seminário Integrador “Por que os olhos têm cores diferentes”, onde pesquisamos sobre que fatores influenciavam nas cores dos olhos e acabamos descobrindo que existem várias cores de olhos, que os mais claros não são necessariamente mais sensíveis, como se dá o processo de visão, entre outras. O segundo em Psicologia “ Prazeres da vida adulta”, no qual pesquisamos sobre os prazeres nessa fase da vida, traçando um comparativo com a adolescência, descobrindo que com a idade vivenciamos a vida com mais equilíbrio, estreitando nossas relações familiares e enfatizando esse aspecto, tornando-as o centro do nosso convívio social.

Essas duas atividades contribuíram e muito para minhas aprendizagens: a organização de dúvidas e certezas relacionadas ao assunto dos PA's; no processo de pesquisa e coleta de dados, informações de diferentes fontes; na capacidade de sintetizar quais dados são importantes para a pesquisa; na construção de páginas no antigo “pbwiki”, agora “pbwork”; a construção de mapas conceituais no cmap tool, uma ferramenta de aprendizagem através de relações entre conceitos.

Nas interdisciplinas de “Organização do Ensino Fundamental”, “Organização e Gestão da Educação” realizamos muitas reflexões sobre a gestão democrática na educação, que é construída por todos os sujeitos inseridos nesse espaço, utilizando-se de mecanismos que garantam a representatividade de cada segmento. Esses mecanismos devem constituir todo o fazer da escola, norteando-a, são eles: o diálogo e o respeito às diferenças de sujeito e pensamento, o acesso às informações pela comunidade escolar, a transparência na prestação de contas, as decisões estarem em concordância com a realidade social da escola, entre outras práticas, que garantam o pleno exercício democrático da cidadania.


http://peadcordosolhos.pbworks.com/FrontPage


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Postagem referente ao Quarto Semestre-2008/1


Reflexão sobre o Quarto Semestre


No quarto semestre do PEAD trabalhamos com diferentes linguagens e representações do mundo através das interdisciplinas de “Representação do mundo pela Matemática”; “Representação do mundo pela Ciências”; “Representação do mundo pelos Estudos Sociais, e Seminário Integrador IV.

Em cada uma delas foram discutidos concepções acerca da construção dos conceitos de espaço e tempo.

A interdisciplina de Matemática, que nos trouxe um material muito rico de experimentação, propondo desafios, atividades para realizarmos com nossos alunos, explorando diferentes conceitos matemáticos, como espaço e forma, números e operações,e principalmente muitas leituras que me ajudaram num melhor embasamento para trabalhar com meus alunos a partir de sua própria realidade, vivenciado a matemática como um objeto concreto do cotidiano. A matemática não é um objeto isolado do mundo, pelo contrário, está presente nas coisas mais simples e explorar essas possibilidades de aprendizagem mais informais tornam seu aprendizado muito mais significativos para os sujeitos envolvidos.

Na interdisciplina de “Representação do mundo pela Ciências” trabalhamos sobre as concepções de natureza que são constituídas nas relações entre o ser humano e o meio ambiente, refletindo sobre essa construção desde a infância, observando as concepções construídas por mim, meus colegas de PEAD e dos meus alunos. Estas atividades me ajudaram a descobrir os conhecimentos científicos prévios de cada aluno, onde os mesmos expressarão suas representações sobre as temáticas que pretendemos ensinar, problematizando e refletindo sobre suas concepções pessoais acerca da natureza, da ciência e a partir disso se busque novas informações, desafios que contribuirão para a transformação das estruturas explicativas preexistentes. Os símbolos que serão utilizados pelos alunos para representar a natureza estão carregados de um significado que foi construído ao longo da história, mostrando o paralelo existente entre cultura e ciência, onde a propaganda de massa advinda da mídia, dos livros, revistas, filmes, disseminadores dessas representações e concepções da realidade. Refletindo sobre a realidade o aluno o mesmo poderá ser mais ativo na produção de sua própria história, imaginando diferentes realidades e repensando o presente em que está inserido, podendo reinterpretar a história existente ou reconstruir uma história completamente nova ou diferente, mostrando “possibilidades” e não “verdades” absolutas acerca do mundo, um mundo constituído a partir de teorias, fatos, valores, ideias, em constante transformação.

O filme “Balance”mostra bem a relação de equilíbrio e desequilíbrio em um universo coletivo, onde a ação do outro reflete sobre todos os seres, e que atitudes individuais transformam a realidade, tanto positivamente, quanto negativamente.

A interdisciplina de “Representação do mundo pelos Estudos Sociais”, também promove uma reflexão sobre o tempo e o espaço, discutindo sobre a necessidade de um currículo escolar onde o aluno problematize sua realidade, ao invés de desenvolver textos e atividades apenas relacionados

a datas comemorativas. É preciso contextualizar essas informações sobre os tempos construídos historicamente, pois muitas vezes são informações distorcidas da realidade, geradoras de preconceitos que sempre permearam a sociedade em todas as épocas. Na referida interdisciplina construí a linha de tempo de minha vida, buscando refazer minha trajetória pessoal até o momento presente, reconstituindo momentos importantes de minha vida.

Na interdisciplina de Seminário Integrador IV, foi um dos primeiros momentos do PEAD, onde iniciamos um trabalho com os Projetos de Aprendizagem, com o Plano Individual de Estudos, com uma proposta de busca de conhecimentos relacionados a Matemática, pensando em atividades diferenciadas e desafiadoras, que ajudarão a desenvolver de melhor forma a aprendizagem de meus alunos. Na matemática, desenvolvi muitas atividades que mostrassem que a matemática está presente e é necessária para a resolução de situações simples que surgem no nosso cotidiano, como pagar a passagem ,comprar merenda no barzinho da escola ou mesmo realizar uma caça ao tesouro, um dos momentos mais interessantes que passei com meus alunos.

Referências:

http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo4/ciencias/ciencias.html

http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo4/estudos_sociais/estudos_sociais.html

http://peadportfolioludutra156749.blogspot.com/2008/04/plano-individual-de-estudos.html


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Postagem referente ao Terceiro Semestre

Neste terceiro semestre pude observar uma maior relação entre as interdisciplinas, Artes Visuais, Música, Literatura, Ludicidade e Teatro, pois todas falam sobre diferentes formas de arte na sociedade.
Em uma das atividades propostas em Artes Visuais, ciamos um Projeto de Trabalho sobre Monet, explorando aspectos de sua vida, suas obras, temas, cores predominantes, forma de pintar(impressionismo), tudo isso a partir da observação dos ambientes da escola e da comunidade escolar(pracinha, mato).
Aprofundamos o estudo da obra ““Ponte Japonesa e o Lago de Ninféias em Giverny”, leitura e interpretação da obra, sensibilizando-se para a presença da arte em diferentes espaços, contextos históricos e formas de expressão apresentadas pelos artistas.
Este projeto em grupo foi um momento bastante significativo, que apesar de não ter sido aplicado com os alunos, mostrou a necessidade de um planejamento interdisciplinar nas aulas de arte.
Na interdisciplina de Música pesquisamos sobre a produção musical de nossa cidade e entrevistei o vocalista do Tchê Guri que é de São Leopoldo, além de estudar sobre compositores da MPB e explorar a marcação de ritmo com o corpo, uma aula misturando música e movimento, foi um momento muito rico, que me fez pensar sobre a importância de trabalhar com e sobre música no espaço escolar,
Em Literatura aprofundamos o estudo sobre os contos de fadas, pesquisando e identificando os elementos desse tipo de narrativa, o que me ajudou a desenvolver vários trabalhos baseados nos mesmos, é um conhecimento que serviu para mim como educadora e que qualificou minha prática, para melhor explorar com meus alunos este tipo de texto.
Em Ludicidade trabalhamos sobre a importância do brincar e a maneira como esse processo vem sendo construído socialmente. A origem dos brinquedos, quando surgiram e de como esses momentos são importantes para nossas constituição como seres humanos. Ás vezes, um simples jogo ou brinquedo traz muita alegria para as crianças e propiciar esse momento também é minha função como professora.
Todas essas aprendizagens transformam o meu ser, bem como minha prática pedagógica, pois procuro colocar em prática a teoria, buscando alternativas pedagógicas diferenciadas e mais qualificadas para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Certamente quando me torno uma aluna melhor, pesquisando, realizando atividades, refletindo sobre a minha prática, me torno também uma melhor professora, com um maior embasamento, para planejar, buscar soluções para as dificuldades que se apresentam, e quem ganha com isso são todos os envolvidos, eu, os alunos e a escola.

Postagem referente ao Segundo Semestre

No segundo semestre do PEAD, com a interdisciplina “DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA”, estudamos Freud e a psicanálise, e de que maneira tendo conhecimento sobre o funcionamento de cada parte do cérebro, os mecanismos de defesa utilizados pelas pessoas, as fases da criança, tudo isso pode vir a auxiliar no contexto escolar, nas relações sociais, com a aprendizagem e o conhecimento que os alunos elaboram, buscando novos papéis para professores e alunos, onde a aprendizagem se dá na interação dos sujeitos nesse meio.

Num segundo momento tivemos a contribuição de Winnicot que dizia que a aprendizagem poderia ocorrer por submissão ou espontaneidade, sendo que no segundo caso, esse aluno seria muito mais curioso, com mais ideias próprias e estabelecendo maiores relações entre suas aprendizagens. Valorizava a importância do brincar para as crianças. Nesse processo, a criança age sobre o mundo à sua volta, descobrindo coisas e inventando outras, pelo puro prazer de fazê-lo. Ela se sente agente, sujeito, e isto cria a capacidade de aprender como conquista, como exercício da própria vontade, o que é muito diferente de aprender como submissão à vontade do outro.

Na interdisciplina de “ESCOLARIZAÇÃO , ESPAÇO E TEMPO NA PERSPECTIVA HISTÓRICA”, estudamos sobre a invenção da infância, que ao mesmo tempo que legislativamente falando, estão sendo criados cada vez mais documentos, como o ECA, por exemplo, para assegurar os direitos das crianças, paradoxalmente elas tem cada vez menos tempo e espaço para se desenvolverem plenamente, não podem brincar, imaginar e explorar o universo infantil, quando agem como crianças são julgadas como imaturas, irresponsáveis e quando agem como adultas cobramos que sejam crianças. Como exemplo temos crianças que ficam abandonados durante todo o dia enquanto os pais vão para o trabalho, cuidando dos irmãos e assumindo papéis de adultos na família, negando –lhes o direito ao brinquedo, ao tempo livre, ao afeto e presença dos pais acompanhando e colaborando para um desenvolvimento pleno e saudável na infância. A criação da escola colaborou para esse processo de controle do indivíduo e abandono precoce da infância, o aluno aprende conteúdos e valores, da classe dominante e ao professor cabe o papel de mero transmissor destes.

A interdisciplina de “Fundamentos da Alfabetização” reflete sobre a necessidade de um sujeito escolar e social que construa seu conhecimento interagindo com o mundo a sua volta, onde a aprendizagem seja um exercício de interação, experimentação consigo e com os outros.

Durante o processo de construção do conhecimento o erro precisa ser aceito como elemento necessário e construtivo, inerente a essa caminhada onde o sujeito estará refletindo, levantando hipóteses e buscando soluções para os problemas que surgirão. Um ser humano que não busca por ter medo, exclui-se da interação sujeito e mundo, negando-se à aprendizagem. O erro na sala de aula não é o bicho papão, que impede o conhecimento, mas a inércia advinda do medo de errar sim.

A interdisciplina de Seminário Integrador II, fez o papel de nos auxiliar na apropriação tecnológica, usando ferramentas como blog e wiki, ambientes estes que serviram para a postagem das atividades do semestre, além de nos fazer repensar sobre o ser professor, a escola em que trabalhamos e convivemos, resgatando as memórias pessoais e do porquê de nossa escolha em ser professor.

Como seres humanos estamos constantemente aprendendo, reformulando aprendizagens, observando-as sobre um novo prisma, que muda porque nós mudamos nesse processo. Aprender é um ato onde todos são aprendizes, o professor e o aluno, a escola, a comunidade e para ser uma melhor pessoa e profissional é preciso que esse processo seja consciente, principalmente através da reflexão proposta pelas interdisciplinas do PEAD neste segundo semestre.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Postagem referente ao Primeiro Semestre


Minhas Vivências no PEAD






Durante minha caminhada no curso de Pedagogia à Distância, vivenciei muitos momentos e aprendizagens que contribuíram para minha vida pessoal. Quando li um dos primeiros textos “A ilha desconhecida”, do Saramago, que traz uma reflexão profunda sobre o ser humano, suas escolhas e caminhos que trilhará no decorrer da vida. Pensando sobre a vida dos outros, fazemos um balanço da nossa própria vida,onde nos encontramos naquele momento e o que desejamos para o futuro, caminhamos e encontramos questionamentos, às vezes respostas para eles, mas também novos questionamentos, que surgem no decorrer da trajetória.
Na minha prática profissional, as certezas parecem que se tornam incertezas, pois refletimos sobre políticas educacionais e vemos que muitas práticas na educação servem a fins políticos, eleitoreiros e que a falta de qualidade normalmente vinculada à escola pública, propicia a manutenção da pobreza, da exclusão social, política, econômica e intelectual, mantendo cada ser humano dentro de uma classe social criada pelo sistema capitalista, visando separar e limitar os potenciais humanos que todos possuímos.
A interdisciplina de ECS propôs uma reflexão sobre o papel da escola e do professor e os processos de construção de sua identidade,mostrando que a educação carrega consigo questões sociais relevantes,servindo a interesses sociais e de poder.A interdisciplina de EPPC também discutiu o papel do professor e da escola, explorando conceitos como Currículo,PPP e Didática,partindo do que pensamos a respeito destes, para depois identificar e refletir teoricamente sobre eles.
Na verdade, observo que a educação ao invés de desenvolver potencialidades e principalmente a cidadania, promove pelo seu próprio modo de ser a exclusão social, principalmente daqueles alunos que poderiam a partir de uma criticidade e reflexão sobre a sociedade feita no ambiente escolar,se apropriarem de ferramentas que os tornariam agentes transformadores de suas próprias vidas.
No nosso último trabalho na disciplina Educação e Tecnologias, pesquisamos sobre a utilização dos computadores na Educação e vimos que a forma como está sendo feita a inclusão digital é um pouco distorcida da realidade. Ela se tornou uma bandeira de propaganda política dos governos, esquecendo da formação do ser humano como um todo, que ele precisa interagir com outras pessoas, que sua aprendizagem se constrói nessa interação e que o computador é apenas uma ferramenta que proporciona diminuir a distância entre realidades e pessoas.Quando fiz essa interdisciplina estávamos no início do curso do PEAD e lembro que precisei muito da ajuda de outras pessoas para realizar as atividades, precisamos fazer um mural no paint com textos, imagens, criar uma página na web. Com a vivência que possuo agora tenho certeza que não teria um grau de dificuldade tão grande, pois domino várias ferramentas como pbworks, power point, blogs, cmaptools, entre outras,habilidades estas desenvolvidas na Educação à Distância. Hoje consigo desenvolver diversas atividades com meus alunos utilizando diversas tecnologias das quais me apropriei no decorrer do curso.
Sei que me apropriei de muitos conhecimentos na minha trajetória no curso e pretendo continuar buscando respostas e novos questionamentos para minha vida pessoal e profissional, mas sei também que à medida que refletimos sobre nossos ideais, objetivos, transformamos nossa própria realidade interna e externamente, provocando mudanças também nos outros.