quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Postagem referente ao Sexto Semestre 2009-1

Neste sexto semestre no PEAD, observei algumas relações entre as interdisciplinas e minha prática como professora.

A interdisciplina de “Questões Étnico-raciais, propôs uma reflexão sobre minha família e sua ancestralidade, buscando um resgate da minha constituição como pessoa, como também o estudo de outras etnias, indígenas, afro-descendentes, bem como a presença do preconceito na sociedade em que vivemos e na escola. A referida interdisciplina também dialogou com a de “Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais”, onde refletimos sobre a questão da inclusão nos espaços escolares, ambas falam sobre a necessidade de uma verdadeira inclusão social e humana.

A interdisciplina de “Psicologia II”, também auxiliou bastante minha prática pedagógica, pelo estudo que propôs sobre as fases do desenvolvimento e suas características das crianças; bem como a maneira como nos relacionamos com a construção do conhecimento, servindo de base não somente para a construção de nossos alunos, como também para minha própria construção como aluna do PEAD e professora, que permeia o aprender e o ensinar.

As interdisciplinas de “Filosofia”, “Psicologia II” e Seminário Integrador VI, dialogam sobre a questão do desenvolvimento moral, na primeira Adorno e Kant, falam de uma educação que trabalhe aspectos morais, para um melhor convívio em sociedade; a segunda dialoga sobre o estudo de Piaget acerca da construção da personalidade da criança e das noções de justiça, solidariedade, responsabilidade ; no Seminário os filmes “Clube do Imperador” e “Entre os Muros da Escola”, promoveram uma reflexão sobre os dilemas morais que como professores e alunos vivenciamos na escola: violência, aprendizagem, currículo, diversidade; toda a escola repensando seu papel social de democratizar não só seu espaço, como as relações que o permeiam, discutindo, elaborando regras de convívio, currículo, entre outros.

Em Questões Étnico-raciais realizei um trabalho com a história “Ovelha negra, eu?”, contando a história e após conversando com eles:


Diálogo sobra à história.

EU-O que significa ovelha negra expressão usada na história?
ELES-Quando queremos dizer que alguém fez algo errado e não a cor da ovelha.
ELES-Coitada da ovelha, só porque ela era negra sofrer assim.
EU-Ela era má porque é negra?
ELES-Não, ser escuro não é ser ruim.
EU-É bonito ser negro?
ELES-É, toda cor é bonita.
Ser moreninho é legal.
EU-Ela era moreninha, ou negra?
ELES-Negra, preta.
EU-O que acharam da atitude das ovelhas para com Dorinha?
ELES-Legal.
Foram amigas dela, defenderam ela.
EU-Vocês já ajudaram alguém? Como se sentiram?
ELES-Sim, dei lanche para meu amigo.
Dei meu brinquedo para ele brincar e eu e ele ficamos felizes, somos bem amigos.










Reflexão teoria e prática
Durante a aplicação das atividades pude perceber algumas expressões que denotavam um racismo velado como “escurinho”, “moreninho”, entre outras que relatam as faces do preconceito mesmo entre crianças tão pequenas, de seis anos. Observei também que uma das crianças da turma apresenta bastante dificuldade em se expressar, dizer o que pensa, e que é afro-descendente, isso pode ser a maneira como foi educada, procurando passar desapercebida no meio social em que está inserida, ou pelo próprio preconceito da sociedade onde o negro é desvalorizado pela sua cor, sendo considerado inferior e muitas vezes acaba por aceitar esse rotulo agindo como se fosse uma verdade. Ao mesmo tempo percebi uma grande afetividade da turma entre si, um brincar, um conversar, um construir e cooperar com o grupo, não importando a etnia. Percebo que o preconceito e a discriminação são práticas construídas nos espaços sociais: família, escola, igreja, e como essas crianças ainda estão no início dessa trajetória não desenvolveram atitudes de preconceito de forma tão explícita para com os outros. Embora seja assim ainda há uma dificuldade em abordar temas como o preconceito, a discriminação, seja de origem étnica, religiosa, social, pois se configuram em tabus para o professor, o aluno, a família, para a escola e a sociedade em geral, que foi construída nessa base, onde cada indivíduo deve aceitar o lugar que lhe imposto, observando suas condições sociais e econômicas, refletindo sobre isso, se faz necessária uma mudança de paradigmas, o que nunca é fácil, pois a sociedade passará por um estado de desacomodação e desequilíbrio que gera a real mudança nas civilizações.
Realizar esse tipo de trabalho com as crianças pequenas é muito rico, porque elas possuem uma receptividade ao novo, a descoberta de histórias, o observar os desenhos, o expor suas opiniões e sentimentos, é expansiva ao natural, afetiva com os colegas, com a professora, construindo a cada momento as relações sociais na troca com o outro.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Postagem referente ao Quinto Semestre 2008-2




Este quinto semestre de Pedagogia EAD foi um momento de desenvolvimento de diferentes atividades que até o momento não tinham sido privilegiadas. Entre elas destaco a organização e desenvolvimento de dois Projetos de Aprendizagem; um na interdisciplina de Seminário Integrador “Por que os olhos têm cores diferentes”, onde pesquisamos sobre que fatores influenciavam nas cores dos olhos e acabamos descobrindo que existem várias cores de olhos, que os mais claros não são necessariamente mais sensíveis, como se dá o processo de visão, entre outras. O segundo em Psicologia “ Prazeres da vida adulta”, no qual pesquisamos sobre os prazeres nessa fase da vida, traçando um comparativo com a adolescência, descobrindo que com a idade vivenciamos a vida com mais equilíbrio, estreitando nossas relações familiares e enfatizando esse aspecto, tornando-as o centro do nosso convívio social.

Essas duas atividades contribuíram e muito para minhas aprendizagens: a organização de dúvidas e certezas relacionadas ao assunto dos PA's; no processo de pesquisa e coleta de dados, informações de diferentes fontes; na capacidade de sintetizar quais dados são importantes para a pesquisa; na construção de páginas no antigo “pbwiki”, agora “pbwork”; a construção de mapas conceituais no cmap tool, uma ferramenta de aprendizagem através de relações entre conceitos.

Nas interdisciplinas de “Organização do Ensino Fundamental”, “Organização e Gestão da Educação” realizamos muitas reflexões sobre a gestão democrática na educação, que é construída por todos os sujeitos inseridos nesse espaço, utilizando-se de mecanismos que garantam a representatividade de cada segmento. Esses mecanismos devem constituir todo o fazer da escola, norteando-a, são eles: o diálogo e o respeito às diferenças de sujeito e pensamento, o acesso às informações pela comunidade escolar, a transparência na prestação de contas, as decisões estarem em concordância com a realidade social da escola, entre outras práticas, que garantam o pleno exercício democrático da cidadania.


http://peadcordosolhos.pbworks.com/FrontPage


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Postagem referente ao Quarto Semestre-2008/1


Reflexão sobre o Quarto Semestre


No quarto semestre do PEAD trabalhamos com diferentes linguagens e representações do mundo através das interdisciplinas de “Representação do mundo pela Matemática”; “Representação do mundo pela Ciências”; “Representação do mundo pelos Estudos Sociais, e Seminário Integrador IV.

Em cada uma delas foram discutidos concepções acerca da construção dos conceitos de espaço e tempo.

A interdisciplina de Matemática, que nos trouxe um material muito rico de experimentação, propondo desafios, atividades para realizarmos com nossos alunos, explorando diferentes conceitos matemáticos, como espaço e forma, números e operações,e principalmente muitas leituras que me ajudaram num melhor embasamento para trabalhar com meus alunos a partir de sua própria realidade, vivenciado a matemática como um objeto concreto do cotidiano. A matemática não é um objeto isolado do mundo, pelo contrário, está presente nas coisas mais simples e explorar essas possibilidades de aprendizagem mais informais tornam seu aprendizado muito mais significativos para os sujeitos envolvidos.

Na interdisciplina de “Representação do mundo pela Ciências” trabalhamos sobre as concepções de natureza que são constituídas nas relações entre o ser humano e o meio ambiente, refletindo sobre essa construção desde a infância, observando as concepções construídas por mim, meus colegas de PEAD e dos meus alunos. Estas atividades me ajudaram a descobrir os conhecimentos científicos prévios de cada aluno, onde os mesmos expressarão suas representações sobre as temáticas que pretendemos ensinar, problematizando e refletindo sobre suas concepções pessoais acerca da natureza, da ciência e a partir disso se busque novas informações, desafios que contribuirão para a transformação das estruturas explicativas preexistentes. Os símbolos que serão utilizados pelos alunos para representar a natureza estão carregados de um significado que foi construído ao longo da história, mostrando o paralelo existente entre cultura e ciência, onde a propaganda de massa advinda da mídia, dos livros, revistas, filmes, disseminadores dessas representações e concepções da realidade. Refletindo sobre a realidade o aluno o mesmo poderá ser mais ativo na produção de sua própria história, imaginando diferentes realidades e repensando o presente em que está inserido, podendo reinterpretar a história existente ou reconstruir uma história completamente nova ou diferente, mostrando “possibilidades” e não “verdades” absolutas acerca do mundo, um mundo constituído a partir de teorias, fatos, valores, ideias, em constante transformação.

O filme “Balance”mostra bem a relação de equilíbrio e desequilíbrio em um universo coletivo, onde a ação do outro reflete sobre todos os seres, e que atitudes individuais transformam a realidade, tanto positivamente, quanto negativamente.

A interdisciplina de “Representação do mundo pelos Estudos Sociais”, também promove uma reflexão sobre o tempo e o espaço, discutindo sobre a necessidade de um currículo escolar onde o aluno problematize sua realidade, ao invés de desenvolver textos e atividades apenas relacionados

a datas comemorativas. É preciso contextualizar essas informações sobre os tempos construídos historicamente, pois muitas vezes são informações distorcidas da realidade, geradoras de preconceitos que sempre permearam a sociedade em todas as épocas. Na referida interdisciplina construí a linha de tempo de minha vida, buscando refazer minha trajetória pessoal até o momento presente, reconstituindo momentos importantes de minha vida.

Na interdisciplina de Seminário Integrador IV, foi um dos primeiros momentos do PEAD, onde iniciamos um trabalho com os Projetos de Aprendizagem, com o Plano Individual de Estudos, com uma proposta de busca de conhecimentos relacionados a Matemática, pensando em atividades diferenciadas e desafiadoras, que ajudarão a desenvolver de melhor forma a aprendizagem de meus alunos. Na matemática, desenvolvi muitas atividades que mostrassem que a matemática está presente e é necessária para a resolução de situações simples que surgem no nosso cotidiano, como pagar a passagem ,comprar merenda no barzinho da escola ou mesmo realizar uma caça ao tesouro, um dos momentos mais interessantes que passei com meus alunos.

Referências:

http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo4/ciencias/ciencias.html

http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/material_mec/eixo4/estudos_sociais/estudos_sociais.html

http://peadportfolioludutra156749.blogspot.com/2008/04/plano-individual-de-estudos.html