segunda-feira, 6 de abril de 2009

PSICOLOGIA/EPISTEMOLOGIAS

Questão a) O que é para você conhecimento?

Para mim conhecimento é tudo aquilo que constitui o ser humano, podendo ser genético ou mesmo aprendido, para melhor lidar com os desafios do meio ambiente, o conhecimento é desenvolvido desde quando se é um feto, passando por todas as fases de sua vida. O conhecimento nos permite interagir com o mundo, transformando principalmente a nós mesmos.

Questão b) Para você, como ocorre a aprendizagem?

A aprendizagem surge da necessidade das pessoas de encontrarem soluções para as situações desafiadoras que se apresentam no seu dia-a-dia, frente a elas e a necessidade de resolvê-las é que acontece efetivamente a aprendizagem.

Questão c) Considerando suas respostas anteriores, como deveria ser, na sua opinião, o ensino na escola?

Acho que deveria ser baseado na vivência do aluno, mas também considerando toda a diversidade de relações e indivíduos inseridos no contexto escolar. A educação deveria ser desafiadora, visando ajudar na formação de um ser social, sujeito responsável pela transformação da sua própria realidade.
Minhas reflexões
A partir do texto é possível refletir sobre os tipos de pedagogia em que a educação e a sociedade estão embasadas e seus pressupostos epistemológicos.
Percebo que a minha forma de definir o que é conhecimento reflete a pedagogia relacional e seu pressuposto epistemológico, pois coloquei que é aprendizagem é construída pela ação do sujeito sobre o próprio conhecimento, que possui uma história já percorrida, não podendo exagerar a importância da bagagem hereditária, pois a mesma não traz junto consigo programados os instrumentos (estruturas) do conhecimento, passando por um processo de maturação pré-determinado por estágios cronológicos fixos (apriorismo); nem do meio social, que determina as estruturas do conhecer (empirismo).
O sujeito é uma mistura de bagagem hereditária e do conteúdo assimilado do meio social, o professor além de ensinar, aprende e o aluno além de aprender, ensina, ou seja, os papéis não são fixos e nenhum é o grande detentor do saber.
A aprendizagem surge da necessidade do sujeito de transformar a continuidade em novidade, descobrindo novas maneiras de perceber de que forma foi constituído como indivíduo e a partir disso constrói novas formas de ser, agir, pensar, transformando sua realidade.
Em muitas escolas percebemos o uso da pedagogia diretiva: o professor é o dono do saber e o aluno o aprendente, o primeiro acreditando que o conhecimento pode ser transmitido para o segundo, que nasce como uma folha em branco, e que sua aprendizagem deriva de sua interação com o meio físico e social (empirismo). O sujeito (aluno) aprende tão somente através do mundo do objeto (professor), sendo perpetuado nesse ambiente dogmas como autoritarismo, subserviência, silêncio, morte da criatividade e da curiosidade inerentes ao ser humano, surgindo um indivíduo que renunciou ao pensar e consequentemente ser um cidadão promotor de uma transformação social. Em outras escolas vemos a utilização da pedagogia não diretiva, onde o professor é um facilitador do processo de aprendizagem do aluno, que já traz consigo um saber só seu (apriorismo), que precisa se tornar consciente para ele. Este ser humano já nasce com o conhecimento programado por sua herança genética, como também com um déficit cognitivo e cultural, que não pode ser mudado, estando aí à resposta para seu sucesso ou fracasso escolar.
Em minha opinião uma escola embasada na pedagogia relacional seria a mais apropriada, pois valoriza o indivíduo de forma integrada, a genética, suas relações com o meio social, construindo seu conhecimento em diferentes dimensões, conteúdo e estrutura, sendo um ser que age sobre a realidade, transformando-a. Neste ambiente há uma superação do autoritarismo do professor, bem como do dogmatismo conteudista, mas não esquecendo da necessidade da construção de regras de convivência, criando um ambiente fecundo de aprendizagem, recriando o conhecimento já criado, construindo uma sala de aula que viva o presente e que construa o futuro repensando seu passado.

Um comentário:

Unknown disse...

Luciane: que bom que estás conseguindo estabelecer relações entre o texto lido e tua experiência docente. Um abraço. Profª Tania Marques