terça-feira, 16 de junho de 2009

Trabalho Concepções de Índio

Refletir sobre a situação dos índios no Brasil nos ajuda a perceber a necessidade de valorizar a cultura indígena, trazendo-a para as escolas, universidades, pois vivenciando-as nesse contexto possibilitamos o conhecimento dessa diversidade e o respeito que vem junto com ele, desfazendo-se de mitos que inferiorizam a referida cultura, como: "Índio é tudo igual? Índio é preguiçoso, conceitos errados que foram sendo construídos ao longo da história brasileira e aceitos como verdade!



Texto destacando as ideias principais do texto “Os índios no Brasil: Quem são e quantos são"






No ano de 1500, eram 5 milhões de índios no Brasil e segundo o IBGE, em 2001 eram 700 mil. Segundo o sistema SIASI/FUNASA, eram 374123 índios, distribuídos em 3225 aldeias, pertencentes a 291 etnias e falantes de 180 línguas, divididas por 35 grupos linguísticos. Destes 192713 homens e 181350 mulheres, sendo que a região Norte possui um contingente de 49% da população indígena brasileira, enquanto a região Sudeste possui o menor contingente, 2% desta população. Os números são importantes até certo ponto, mas não representam sua grandeza étnica, cultural, social, religiosa dentro de nosso país.
Após décadas de negação de uma identidade étnica indígena pelos próprios índios, sociedade e governo, surgem algumas mudanças que fundamentam as transformações desta postura:
A criação de organizações formais, que representem seus interesses perante a sociedade nacional e global;
A consolidação do movimento indígena;
A oferta de políticas públicas específicas;
A crescente revalorização das culturas indígenas.
Tudo isso vem contribuir para a recuperação do orgulho étnico e a reafirmação da identidade indígena e a partir disso surge a necessidade de desmistificar a formação de contradições históricas que contribuíram para a discriminação e o preconceito em relação aos indígenas. Entre elas o próprio uso da denominação “índio” ou “indígena”, que surgiu como resultado de um erro náutico, mas que acabou por ser usado como um termo pejorativo, resultado de processos históricos das civilizações. Com o surgimento de um movimento indígena organizado, os povos indígenas decidem manter, aceitar e promover a denominação genérica antes referida como uma identidade que une, articula, visibiliza e fortalece todos os povos, demarcando a fronteira étnica e identitária entre eles, enquanto habitantes nativos e originários dessas terras e os que vieram de outros continentes. Dessa forma é constituída uma identidade positiva e multiétnica capaz de unir povos distintos e rivais na luta por seus direitos e interesse comuns, como direitos coletivos, a história da colonização, a luta pela autonomia sociocultural, pois cada povo é único, organizado em suas particularidades, que servem de base para a construção da vida social, cultural, econômica e religiosa do grupo, resultando na recuperação da auto-estima dos povos indígenas, reafirmando sua identidade étnica, surgindo um índio que se orgulha de ser nativo, portador de civilização própria e de pertencer a uma ancestralidade particular, que reivindica o reconhecimento de suas etnicidades e territorialidades. Ser tratado como sujeito de direito é um marco na história indígena brasileira, propulsor de conquistas políticas, culturais, econômicas e sociais.
Através do resgate , vivência e revalorização dessas culturas e tradições nas aldeias, cidades, sejam rituais, cerimônias, a própria língua, ou mesmo a reivindicação por terras, corrobora com a formação de uma identidade indígena, que lhes garanta um espaço social respeitado em suas especificidades, ajudando a recuperar a auto-estima perdida ao longo dos séculos de repressão colonizadora, retomando atitudes e comportamentos mais positivos entre eles, vislumbrando um novo momento sociocultural, com um novo olhar sobre o futuro, um marco não só em prol de sua história milenar, como também uma reviravolta na história escrita pelos colonizadores europeus, ou seja, na própria história do Brasil.
Na minha opinião a melhor forma de desfazer preconceitos é desenvolver atividades que promovam a reflexão sobre a forma como os preconceitos foram constituídos ao longo da história e a partir disso trabalhar a diversidade étnico cultural indígena, ritos, danças, etnias, tradições, valorizando sua contribuição para a formação da identidade brasileira. Pesquisar entre os próprios alunos sua origem étnica, observando suas características físicas, seus hábitos e costumes, traçando um paralelo com as características e costumes dos indígenas. A partir disso questioná-los sobre a igualdade entre os indígenas em aspectos como alimentação, língua, rituais, enfatizando a diversidade de povos e culturas entre eles, explorando várias etnias: guaranis, por exemplo, que vivem na região sul, conhecendo aspectos de sua cultura como o artesanato com penas, sementes, para a confecção de pulseiras, colares, a cerâmica, os animais esculpidos em madeira e depois decorados no fogo, que são comercializados ou servem de brinquedo para as crianças da tribo.




BIBLIOGRAFIA
Os índios no Brasil, quem são e quantos são. Texto extraído de SANTOS LUCIANO, Gersen dos.“O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje”. Brasília, 2006
Modo de ser guarani. São Leopoldo:Oikos, 2009.
Site: http://www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/

Um comentário:

Luciane Machado disse...

Luciane, deve proporcionar o conhecimento das diferentes etnias, principalmente as etnias que como índios e negros que tiveram por muitos anos, sua cultura negada, não fazendo parte da construção da nação.OPortunizar conhecimento e reflexão com base na historiciadade.Bjs.