segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estágio : Repensando a avaliação

Sempre procurei avaliar os alunos e a mim mesma mesma: Até que ponto o assunto que estava desenvolvendo era importante para os alunos, que critérios usava para avaliar seu desempenho, eles sabiam desses critérios ou apenas eu tinha conhecimento deles? Entre outras questões...

Juntamente com essa nova concepção de educação voltada para a formação do cidadão surge a necessidade de uma avaliação que atenda vários aspectos:

Ajudar a criança a atender suas necessidades a partir da mudança da educação;
Contribuir para a tomada de consciência do aluno sobre o que já sabe e no que precisa melhorar;
Contemplar a diversidade presente entre os estudantes, que apresentam diferentes ritmos, facilidades e dificuldades;

Apesar da clara mudança do papel da escola no século XXI ainda ocorre em muitas escolas a avaliação como processo classificatório, onde o resultado serve para rotular os alunos em " bons" ,"ruins", "ótimos", entre outros, valorizando apenas a nota e não o aprendizado dos alunos, acabando por tirar a vontade de aprender do sujeito.

Como educadores precisamos estar atentos às construções realizadas pelos alunos, não avaliar os erros, mas o processo de construção da aprendizagem pela criança, processos estes que acontecem através de ações, transformações e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo, aprendendo os mecanismos dessa transformação, vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações”.

Sobre esse prisma construtivista o sujeito assimila o mundo a estruturas previamente construídas e o erro ocorre em função do processo de abstração reflexionante, onde se relaciona com o objeto da aprendizagem, ações ou coordenações de ações. Durante o processo a criança pode selecionar uma informação a um dado momento de seu desenvolvimento, podendo ser errônea com relação à solução do problema, mas na verdade pertence a uma etapa necessária para chegar a esta posteriormente.


Referências:

BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.

INHELDER, BOVET e SINCAIR. Aprendizagem e estruturas do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 1977.

PIAGET. Jean. Psicologia e pedagogia. 4ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976.

HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada, Porto Alegre: Artmed, 2001.

VASCONCELOS, Celso. Avaliação: Superação da Lógica Classificatória e Excludente. São Paulo: Libertad, 1998.





Um comentário:

Marga disse...

Parabéns pelo enfoque da tua reflexao, Luciane. Avaliar a sim mesmo e ao retorno do que foi planejado é algo sempre importante.Abraços