quarta-feira, 15 de abril de 2009

EDUCAÇÃO DE PNEE

Dossiê de Inclusão



O histórico que li sobre a forma como a humanidade lidou com as pessoas com necessidades especiais é um pouco cruel, mas verdadeira: primeiro a negligência, depois a segregação feita pelas instituições para surdos e cegos, o desenvolvimento de classes e escolas especiais e na atualidade uma integração, muito questionável, até mesmo por especialistas na área da educação especial. Vemos em toda a sociedade antiga e atual um total desrespeito com a diferença, as pessoas com cadeiras de roda não conseguem andar nas ruas, falar nos telefones, andar nos ônibus, pois poucos têm elevadores, o descaso e o individualismo são marcas registradas da nossa realidade. Na minha escola temos vários casos de inclusão de crianças especiais, mas não temos um espaço físico adaptado, com rampas, corrimãos, ou mesmo banheiros para cadeirantes, por exemplo. Além disso nós professores somos pouco preparados para essa realidade, não possuímos formação específica e nem suporte em nenhuma instância governamental, quase nada do que diz na LDB sobre a inclusão se dá na prática, não possuímos a \"tal\" sala de recursos tão prometida, com materiais diferentes para trabalhar com as crianças, nem monitores, que ficariam na sala para auxiliar o aluno e o professor. A inclusão é uma grande farsa, pois visa na verdade a economia dos governos, pois os alunos frequentarão a escola regular, sem nenhuma adaptação à eles. Se é pra fazer uma ação tão mal embasada, não vejo de que que forma possa ser chamada de inclusiva. Não dá pra aceitar discursos vazios, sem as ações que deveriam acontecer concomitantemente à eles.
Dentro da minha prática educacional já vivenciei algumas tentativas de inclusão, algumas bem sucedidas e outras não.Em 2007, tive dois alunos com necessidades especiais, retardamento mental leve, em conjunto com algumas limitações físicas. Fiz todo um trabalho que valorizava mais a oralidade do que a parte escrita, pois havia limitações para escrever,lentidão, grafia difícil de ser compreendida, realizava avaliações orais dos conhecimentos que estavam sendo construídos por eles e dessa forma observava seus progressos na aprendizagem, ou seja´é preciso se adaptar as diferenças, sejam elas quais forem, mas para isso toda escola precisa entender, acompanhar e auxiliar o processo desses alunos. Há três anos atrás recebemos a aluna "S", com Síndrome de Down, ela participa das aulas, procura realizar todas as atividades, que são diferenciadas do restante da turma. Possui uma pasta com o registro de seus trabalhos, sendo avaliada pelo seu progresso na alfabetização, na compreensão de cálculos, enfim, tudo que consegue produzir e em sua adaptação ao ambiente escolar.

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